Afonso da Costa Lopes
Nasci no Sobral de Monte Agraço em 1965 e em 1966 fui viver para Lisboa, tendo sido a minha vivência sempre dividida entre o campo, a praia e a cidade. Com
dois irmãos mais velhos, 7 e 8 anos respectivamente, fui influenciado por toda a
turbulência política e a tão apregoada liberdade de 74, crescendo assim com a mente aberta a novas experiências.
O interesse pela cor manifestou-se muito cedo –
3, 4 anos e já vivia feliz no meio das tintas – evoluindo naturalmente para a fotografia e depois para o desenho gráfico.
Em 1993 consolidam-se estes interesses. É um ano marcado por uma grande mudança de estilo de vida:
Viver o momento torna-se um propósito primordial.
Trabalhei numa agência de publicidade, na qual comecei por fazer um pouco de tudo e, sempre que podia, observava os colegas gráficos e criativos a trabalhar nos computadores (Macintosh). Na minha hora de almoço ficava a explorar as potencialidades dos mesmos (muito limitadas, comparando com as de hoje) pedindo esclarecimentos quando os colegas regressavam, fui
aprendendo e subindo de categoria até alcançar a tão desejada:
criativo, pois a sensibilidade para lidar com cores e formas já ia sendo reconhecida.
Voltando à fotografia, encontrei nas máquinas descartáveis a minha primeira solução para perpetuar momentos únicos, mais tarde adquiri uma velha Pentax totalmente manual, desenvolvendo assim a técnica de controlar a luz de modo a com ela contar uma história, transmitindo emoções e provocando sentimentos no observador, características que, considero, se poder chamar de ARTE.
Por fim a fotografia digital impôs-se pelo seu lado prático e económico, nunca, no entanto, substituindo a minha velha máquina manual. Á digital falta, entre outros, o factor risco (de estragar mais uma foto) que me faz esmerar, demorar, preparar, enfim
“trabalhar” a foto.
Tenho realizado vários trabalhos como independente, a par de uma actividade comercial a qual me proporciona a vantagem da flexibilidade total, neste momento só me move a realização pessoal, livre de pressões e obrigações.
Viver o momento continua a ser o meu grande propósito.
...penso que todos temos a capacidade de nos expressar criativamente
de varias formas, basta explorar, perguntar, inventar, arriscar.
Sendo o “agora” o mais importante, não devemos esquecer que,
Hoje, amanhã foi ontem, por isso é nosso dever aproveitar a vida... hoje!
Afonso da Costa Lopes